Pesquisa avalia impacto da tecnologia 5G na orla da cidade de Palestina do Pará
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) está conduzindo um estudo inédito sobre a cobertura e a qualidade do sinal 5G na cidade de Palestina do Pará. A iniciativa busca avaliar o potencial da nova tecnologia para impulsionar a conectividade e o desenvolvimento socioeconômico em regiões ribeirinhas.
O projeto é desenvolvido pelos docentes da Faculdade de Engenharia Elétrica (Faeel) da Unifesspa: Diego de Azevedo Gomes, Diorge de Souza Lima, Valdez Aragão de Almeida Filho e Jean Carneiro da Silva; e conta com a participação do discente Flávio Madalena, da turma de Engenharia Elétrica do campus de Palestina do Pará, integrante do Programa Forma Pará. A proposta foi contemplada com bolsa pelo Edital PROPIT n.º 09/2024 - PIBIC FAPESPA FORMA PARÁ.
A orla da cidade, conhecida por sua relevância turística e social, foi escolhida como área principal de estudo. O local recebe grande fluxo de visitantes durante o veraneio, especialmente no mês de julho, quando ocorrem eventos culturais e musicais, como os da Praia do Porto. Outro destaque local é a tradicional Descida do Saranzal, realizada em março, que atrai diversas equipes de lanchas ao longo do Rio Saranzal até o Rio Araguaia.
O principal objetivo do projeto é estudar o comportamento eletromagnético do sinal 5G na região da orla de Palestina do Pará, a fim de garantir uma implementação eficiente dessa tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico local. "Além disso, a pesquisa pode fornecer insights valiosos para otimizar a infraestrutura de telecomunicações em áreas semelhantes, tanto no Brasil quanto em outras regiões com características geográficas similares", explica o prof. Valdez Aragão.
A pesquisa foca em parâmetros técnicos como velocidade de download e upload, latência, estabilidade da conexão e interferências. Os dados coletados têm o objetivo de identificar desafios específicos na região e propor soluções para aprimorar o acesso digital. Entre os objetivos específicos estão a análise do comportamento eletromagnético do sinal 5G na orla da cidade, a identificação dos principais fatores que influenciam sua propagação e desempenho, o estudo da influência de elementos como vegetação e a proximidade com o Rio Tocantins, além do mapeamento da cobertura do sinal, destacando áreas de maior e menor intensidade.
A metodologia do projeto será conduzida em quatro etapas principais. A primeira consiste no levantamento de dados por meio de equipamentos específicos para medição da intensidade do sinal em diferentes pontos da orla. Em seguida, será realizada a análise da influência ambiental, com uso de modelagem computacional para simular os efeitos de construções, vegetação e do Rio Tocantins sobre a propagação do sinal, comparando esses resultados com os dados obtidos em campo. A terceira etapa envolve a avaliação da qualidade do serviço, com testes de diferentes modulações compatíveis com a tecnologia 5G. Por fim, a última etapa será dedicada à formulação de propostas de otimização da rede, com recomendações baseadas nas análises realizadas. Atualmente, os pesquisadores estão finalizando o levantamento dos locais onde acontecerão as medições, que serão realizadas in loco.
Segundo os envolvidos, a chegada do 5G pode representar uma transformação significativa para as comunidades ribeirinhas, facilitando o acesso à informação, educação, saúde e serviços digitais. A expectativa é que o projeto contribua para a redução das desigualdades tecnológicas entre áreas urbanas e regiões mais isoladas do estado.
"A pesquisa desenvolvida em Palestina do Pará é um exemplo claro de como a tecnologia pode impactar positivamente a sociedade, conectando pessoas, fortalecendo economias e preparando o terreno para um futuro mais digital e inclusivo", afirmam os pesquisadores.
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