Consepe aprova a criação do curso de Medicina na Unifesspa

O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Unifesspa aprovou, durante reunião realizada nesta quarta-feira (12), a criação do curso de Medicina na instituição. O curso será vinculado ao Instituto de Estudos em Saúde e Biológicas (IESB), que já abriga os cursos de Ciências Biológicas, Saúde Coletiva e Psicologia. No entanto, ainda não há uma previsão oficial para o início das atividades.

A implantação do curso busca atender à demanda por serviços de saúde na região do sul e sudeste do Pará, que enfrenta desafios significativos no âmbito da saúde pública. De acordo com o parecer aprovado pelos conselheiros, o curso formará médicos generalistas, com ênfase na formação ética, humanística e na atuação em equipe interprofissional, conforme estabelecido pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).

Agora, o processo segue para o Ministério da Educação (MEC), onde será analisado pela Secretaria de Educação Superior (SESU) e pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES). Além disso, o Ministério da Saúde também avaliará a proposta e emitirá pareceres técnicos. Após essas etapas, a portaria de criação do curso será publicada no Diário Oficial da União, consolidando oficialmente essa importante conquista para a Unifesspa e para a população da região.

Demanda local – A criação do curso de Medicina atenderá à crescente demanda por serviços de saúde na região e contribuirá para a interiorização da assistência médica no estado. Durante a reunião, Sara de Souza Silva, professora do curso de Saúde Coletiva, defendeu a urgência de iniciar o processo de criação e posterior implementação do curso, em virtude da baixa densidade de médicos na região, menos de 1 por 1 mil habitantes.

Segundo a docente, esta realidade gera um vazio assistencial, tendo em vista que 75% da população brasileira é SUS dependente. Ainda segunda ela, a chegada da medicina pode provocar a vinda de outros cursos da área da saúde, como enfermagem, terapia ocupacional, nutrição, fisioterapia entre outros.

“O nosso papel aqui na instituição é diminuir esse vazio assistencial ao longo dos anos. A gente tem aqui uma população que sofre com a falta de acesso e se a gente não forma profissionais, a gente não consegue aumentar o acesso. Então, a gente tem um papel aqui que é fundamental, é o início dessa estratégia”, defendeu .

O reitor, professor Francisco Ribeiro, defende que a criação do curso reforça o compromisso da Unifesspa com a expansão do ensino superior de qualidade e com o desenvolvimento regional. “A aprovação representa um avanço significativo na ampliação da oferta de cursos estratégicos para a população do sul e sudeste do Pará, fortalecendo a atuação da Unifesspa na formação de profissionais qualificados e na promoção do bem-estar social”, destaca.

Antecedentes - Antes da aprovação pelo Consepe, os debates e tratativas sobre a implementação do curso já vinham sendo estabelecidos. No mês passado, a conferência "Medicina Unifesspa: Sonhos, Trajetórias e Desafios para a Formação de Profissionais Médicos no Sul e Sudeste do Pará" reuniu autoridades locais, comunidade acadêmica e sociedade civil para discutir a implementação do curso e a construção do hospital universitário em Marabá.

O hospital será erguido em um terreno doado pela Prefeitura e será fundamental para a formação dos futuros médicos, além de qualificar a assistência à saúde na região, historicamente carente de profissionais. “Já garantimos a doação do terreno para a universidade e esperamos ver esse sonho se tornar realidade o mais rápido possível”, afirmou o prefeito de Marabá, Toni Cunha, na ocasião.

Mais recentemente, representantes da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) estiveram na Unifesspa para conhecer a realidade local e os equipamentos de saúde disponíveis na cidade, além de dar início ao processo de viabilização do Hospital Universitário da instituição. Um dos representantes, Adriano Sousa, compartilhou suas impressões e os próximos passos. “Agora, os próximos passos envolvem reunir todas as informações coletadas e levá-las para nossa sede em Brasília para apreciação do nosso presidente, Arthur Kioro", finalizou.

Nos próximos meses, a universidade avançará nas etapas necessárias para a implementação do curso, incluindo estruturação curricular, infraestrutura e parcerias institucionais para garantir uma formação de excelência aos futuros médicos.