Diversidade e acolhimento marcam a culminância da XII Semana de Recepção dos Calouros da Unifesspa
Na manhã desta sexta-feira (21), a Unifesspa realizou a culminância da XII Semana de Recepção e Integração dos Calouros – Calourada 2025, no auditório da Unidade III do campus Marabá, com transmissão para os campi fora de sede. O evento reuniu calouros e veteranos em um momento de acolhimento, reflexão e celebração da diversidade que marca a identidade da universidade.
A programação foi aberta pela cerimonialista Claudiana Gomes Guido, da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), que deu as boas-vindas aos calouros e apresentou a programação do dia. Na sequência, a plateia foi envolvida pela apresentação artística da Cia Kizomba de Dança, composta por discentes e egressos quilombolas da instituição, trazendo ao palco a força e a ancestralidade da cultura afro-brasileira.
O destaque da manhã foi a mesa-redonda multicampi: "Ser Unifesspa, (re)conhecer e pertencer", composta exclusivamente por estudantes. O debate reuniu discentes quilombolas, indígenas, ribeirinhos, camponeses, PcD e LGBTQIAPN+, destacando a pluralidade étnico-cultural que constrói a Unifesspa. A mesa foi mediada pela discente Marta Saldanha, do Coletivo dos Estudantes Quilombolas.
Participaram da mesa os estudantes Wyratan Sompré (Direito/IEDS), Letícia Resende (Psicologia/IESB), Karlos Pereira (Engenharia Civil/IEA), Manuel Filho (Matemática/ICE), Theo Sales (Saúde Coletiva/IESB), Yasmim Jesus (Ciências Biológicas/IESB), Maria Dalva Pereira (Educação do Campo/ICH), Caviano Forte (Engenharia Florestal/IEX), Iara Sousa (História/ICH). As falas trouxeram relatos potentes sobre os desafios de acesso e permanência na universidade, especialmente para os estudantes dos povos do campo, indígenas e quilombolas, e também sobre o orgulho de ocupar esse espaço e contribuir para a construção de uma universidade mais inclusiva.
Os veteranos Letícia Resende e Wyratan Sompré destacaram em suas falas a importância das políticas públicas voltadas para o ingresso e permanência dos estudantes indígenas e quilombolas, a exemplo do processo seletivo exclusivo para estes públicos (PSIQ) e os auxílios financeiros, como as bolsas dos programas Paind e Paequi.
A diversidade de gênero e sexualidade também foi lembrada como parte fundamental dessa luta por pertencimento e respeito no ambiente universitário. A presença e resistência de estudantes LGBTQIAPN+ foram exaltadas como símbolo da transformação que a universidade promove. Em sua fala, Iara Sousa, discente de História, reforçou essa conquista. "Me senti pertencente à Unifesspa quando não me senti discriminada. Quando passei a ser vista como eu sou. Entendi que este é o lugar para aprender a lutar", disse.
Outro momento marcante foi a participação remota de Caviano Forte, discente do nono período de Engenharia Florestal do campus de São Félix do Xingu. Primeiro indígena do campus, ele compartilhou sua trajetória e o orgulho de ver a evolução da representatividade indígena na universidade.
"Hoje essa diversidade é muito importante e uma conquista para todos nós, pois temos saberes e culturas diferentes vivendo juntos. Isso é ser universidade, isso é ser Unifesspa", destacou ao lembrar que o campus conta atualmente com 20 discentes indígenas e, neste ano, realizou sua primeira Semana Acadêmica Indígena.
De acordo com a coordenadora-geral da Comissão Organizadora da Calourada, profa. Elizabeth Sabino, o evento é um momento especial, pensado durante meses por uma comissão formada por representantes de diversos setores da universidade. “Nosso principal objetivo é recepcionar os estudantes ingressantes e criar um espaço de acolhimento, integração e troca, fortalecendo os laços entre os calouros e toda a comunidade acadêmica”.
Elizabeth explica que ao longo da programação, a Calourada busca também apresentar aos novos alunos a estrutura, os serviços e as políticas da universidade, além de compartilhar informações acadêmicas essenciais para esse início de jornada. “Mais do que isso, a Calourada é também um convite para que cada estudante compreenda a Unifesspa como um espaço de inclusão e diversidade, que constrói conhecimento de excelência e tem um compromisso com a transformação social da nossa região”, finaliza.
Programação ao longo do dia - No período da tarde, a programação segue com atividades esportivas e culturais, como tênis de mesa, xadrez, dominó, dama, cubo mágico, oficinas de dança e de sistemas úteis para a vida acadêmica (Sigaa, Google Agenda, Meet), além de uma visita guiada à biblioteca e uma exposição de artes visuais.
Essas atividades visam criar momentos de descontração e interação entre calouros e veteranos, fortalecendo o sentimento de pertencimento à comunidade acadêmica. Muitos deles deixaram suas casas e estão vivendo pela a primeira a experiência de morar longe de suas famílias e amigos.
Encerrando a programação do dia, a Calourada 2025 terá, ainda, sessão de cinema, atrações artístico-culturais, falas institucionais, feira com venda de comidas e artesanatos, além dos tradicionais shows no pôr do sol cultural, celebrando a riqueza cultural e o espírito de integração da Unifesspa.
Para que os ingressantes acompanhem todas as atividades da Calourada, foi criado um hotsite especial, já disponível para acesso: https://calouro.unifesspa.edu.br/. No site, além da programação completa, os estudantes poderão encontrar materiais de apoio, como o Guia do Calouro, e outros conteúdos relevantes sobre a vida acadêmica.
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