Projeto Quelônios: Milhares de filhotes de tartarugas e tracajás retornam à natureza no Rio Tocantins
O último domingo (26) foi marcado por uma experiência única de turismo ecológico para muitas pessoas, especialmente crianças, que tiveram a oportunidade de vivenciar a soltura de filhotes de tartarugas e tracajás no Rio Tocantins, na Ilha do Tucunaré.
A iniciativa integra o Projeto Quelônios, uma ação coordenada pelo Núcleo de Estudos em Educação Ambiental (Neam) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em parceria com o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam).
O projeto é financiado pelo Fundo Municipal de Meio Ambiente e fortalece o compromisso da Unifesspa com a educação ambiental e a preservação da biodiversidade local.
A programação incluiu exposições de trabalhos acadêmicos, atividades interativas como pintura e jogos educativos, além de visitas guiadas à incubadora artificial e aos tanques de quarentena. Além disso, houve, também, a certificação dos participantes do Programa Jovem Ambientalista e do curso de formação em manejo de quelônios.
O professor José Pedro de Azevedo Martins, coordenador do Projeto Quelônios e docente da Unifesspa, ressaltou a importância da atuação da universidade tanto na educação ambiental quanto na preservação dos quelônios. “Nosso trabalho está focado em duas frentes: primeiro, educar a população sobre a relevância da preservação ambiental e, segundo, garantir a proteção efetiva das espécies, que estavam sob risco de desaparecimento na região. Desde 2017, já conseguimos soltar cerca de 200 mil filhotes no Rio Tocantins. A grande importância é para o meio ambiente. A biodiversidade se mantém”, explicou.
A participação ativa da sociedade também foi destacada pela técnica do projeto, Dária Oliveira. “É o momento que a gente abre espaço para todos virem participar, conhecer o nosso trabalho. Eu me sinto realizada em ver a vida nascer e eu podendo fazer parte disso. Para mim, é muito gratificante, principalmente nesse momento em que elas vão para o rio”, destaca.
A engenheira agrônoma Lorena Geyer explica porque resolveu levar a filha Helena para participar da soltura dos quelônios. “É um projeto da universidade e eu quis trazer minha filha para já entender, ver a importância da natureza, do cuidado com os animais e ela gosta muito também. Tudo muito interativo para as crianças, com pintura, cama elástica. Achei maravilhoso o espaço e toda a programação. Está todo mundo de parabéns”, avalia.
Quem também levou a filha, Ana Cecília, para participar da programação foi Adriane Damasceno, que é professora da Unifesspa. “É a primeira vez que vim e estou amando. A Ana Cecília é apaixonada por animais. Eu acho esse projeto de extrema importância e ver a comunidade participando, eu estou surpresa. Acho muito bacana mesmo”, ressalta.
Menejo - O manejo inicia em meados de agosto, com as tracajás sendo as primeiras a realizar a postura dos ovos, depois, são as tartarugas. Os ovos são colocados em incubadoras artificiais que simulam os ninhos. Os ovos de tracajá passam 65 dias em incubação, enquanto os ovos de tartaruga passam 45.
Com a eclosão, os filhotes são avaliados para poderem ir para o tanque de quarentena onde passam por avaliação biométrica, recebem uma marcação indolor na carapaça para monitoramento. Após todas essas etapas, ocorre a soltura.
Parcerias - O evento contou com apoio da Prefeitura de Marabá, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá, além da colaboração da Fundação Zoobotânica, Ministério Público e Eletronorte. O secretário municipal de Meio Ambiente, Evandro Barros, elogiou a iniciativa e reforçou a importância de projetos dessa natureza para o desenvolvimento sustentável da região.
A previsão para este ano é de que 25 mil filhotes sejam soltos no Rio Tocantins apenas nos pontos ligados à base na Ilha do Tucunaré. Além da soltura comemorativa, a Unifesspa também realiza solturas técnicas, sempre respeitando os locais de coleta dos ovos e aplicando os conhecimentos científicos adquiridos ao longo dos anos.
*Com informações e fotos da Prefeitura de Marabá.
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