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CIÊNCIA

Pesquisadores realizam escavações de fósseis de mamíferos; material coletado poderá ser exposto para a comunidade

  • Publicado: Quinta, 02 de Setembro de 2021, 09h52
  • Última atualização em Quarta, 08 de Setembro de 2021, 12h24
  • Acessos: 2170

1.jpegPesquisa da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) realiza escavações paleontológicas em uma caverna em Minas Gerais, na Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa. O projeto nomeado de “Contribuições ao estudo dos mamíferos do final do Quaternário aplicando métodos arqueológicos de escavação” poderá expor fósseis coletados a comunidade acadêmica e externa.

“O material depois de identificado poderá ser exposto. Acho que é algo bacana que podemos fazer em um período determinando, quanto mais gente pudermos atingir com a divulgação desses achados, melhor ainda”, informa o biólogo e paleontólogo, Elver Mayer, que também é professor e pesquisador da Unifesspa.

O trabalho que é realizado pelo Grupo de Estudos em Paleontologia (Gepaleo), da Unifesspa, e pelo Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental Evolutiva (LAAAE), da USP. A escavação acontece em Minas Gerais, na região conhecida como o berço da paleontologia e da arqueologia do Brasil. O projeto é financiado pela Agência de Fomento do Pará, Fapespa, e a Agência de Fomento de São Paulo, Fapesp. 

De acordo com o paleontólogo, Elver, o material que for recolhido nas escavações vai para o campus de São Félix do Xingu, para que que seja desenvolvido a atividade de curadoria, que é a limpeza, organização, numeração e acondicionamento dos fósseis. Feito isso, será dado início a etapa de análise e identificação dos materiais.

Sobre as escavações e pesquisa

A atividade consiste numa escavação paleontológica que ocorre dentro de uma caverna, a proposta dos pesquisadores é aplicar métodos da arqueologia, métodos de escavação arqueológica num contexto paleontológico. “Isso contribui para que a gente consiga fazer um registro muito detalhado das escavações, então além das informações dos fósseis propriamente ditos a gente consegue agregar uma série de outros dados a esses materiais e com isso fazer interpretações mais robustas”, explica o professor.

4.jpegOs objetivos do projeto incluem reconhecer quais são as espécies que estão representadas lá no sítio paleontológico, entender como esse sítio se formou, quais são os processos ligados ao componente biótico, que seria o comportamento dos animais, a presença deles na região e o componente abiótico envolvido, a morfologia e o ambiente de caverna em si que contribuiu para a preservação desses fósseis. “Além disso, a gente tem claro um objetivo de formação de recursos humanos treinando a equipe da Unifesspa em contato com essa equipe da USP, que já é, digamos assim, renomada nesse tipo de pesquisa”, pontua.

Todo esse processo ajuda os pesquisadores a entender as mudanças que ocorreram nos ecossistemas no passado geológico relativamente recente. “O estudo nos ajudará a entender o que foi responsável pela transição, daquilo que a gente conhece popularmente como a era do gelo para o período que a gente vive hoje em dia”, avalia Elver, explicando que a variedade de animais que são encontrados nas cavernas como fósseis, estão presentes e vivos hoje nos ambientes que a população conhece e que também há presença de animais que são extintos, que já não ocorrem atualmente, mas que conviveram com esses representantes da fauna atual.

“Esses representantes extintos são conhecidos como megafauna, conjuntamente assim chamados de megafauna, esse grupo de animais é conhecido e caracterizado por ter um grande porte corporal, então, preguiças gigantes, tigres dentes-de-sabre, entre outros. São representantes aí dessa fauna extinta que viveu nesse período do quaternário que teoricamente é o período geológico que a gente ainda vive hoje, então entender quais animais estavam presentes, se extinguiram e quais que já viviam mas continuam presentes em nossos ambientes é algo importante pra gente saber como que essa fauna foi mudando ao longo do tempo e modulou a fauna que a gente observa hoje nos nossos ambientes”, conta o paleontólogo.

O estudo é um passo fundamental que poderá contribuir para a conservação dos animais que vivem hoje em dia que estão sujeitos a uma série de outros fatores limitantes do seu desenvolvimento. “Com as mudanças antrópicas mais marcantes, os grandes impactos de caça, destruição dos habitats, se a gente não entender como eles variaram em função das características, das mudanças naturais do clima, dos ambientes a gente vai ter muitas limitações pra entender como que eles também vão variar em abundância em função das alteração antrópicas, que são causadas pelas nossas atividades nos ecossistemas”, pontua o biólogo.

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