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Comunidade debate realidade orçamentária da Unifesspa e se mobiliza em defesa da educação

  • Publicado: Segunda, 12 de Agosto de 2019, 22h30
  • Última atualização em Terça, 13 de Agosto de 2019, 09h42
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Estudantes, professores, técnicos administrativos e profissionais terceirizados da Unifesspa, além de representantes da sociedade civil e órgãos da imprensa local lotaram o auditório da Unidade I do Campus Marabá, na noite desta segunda-feira (12), para debater o quadro orçamentário da Universidade e os possíveis desdobramentos. 

A Unifesspa está sob risco iminente de cancelamento de contratos essenciais ao seu funcionamento, a exemplo de pagamento da energia elétrica, vigilância e limpeza. Com o bloqueio orçamentário imposto pelo MEC, desde o mês de abril deste ano, a Unifesspa só tem recursos para arcar com as despesas do mês de agosto. 

Em termos absolutos, houve o bloqueio de R$ 6,7 milhões do orçamento de custeio, do total de R$ 24,3 milhões; além de R$ 6,4 milhões do orçamento de investimento, do total de R$ 9,5 milhões. “Se não houver o desbloqueio, a Unifesspa não tem condições de manter o mínimo funcionamento a partir de setembro. Mesmo com as medidas duras que tomamos, cancelando cerca de 200 ações programadas com base no nosso orçamento, a manutenção do contingenciamento agravou muito a nossa situação”, explicou o reitor da Unifesspa, Prof. Dr. Maurílio de Abreu Monteiro. 

Após detalhada exposição sobre a realidade orçamentária, os avanços conquistados pela Instituição nesses seis anos e a crescente demanda com o aumento do número de alunos, servidores e de cursos ofertados, o reitor Maurílio Monteiro e a vice-reitora Idelma Santiago tiraram dúvidas da comunidade universitária e informaram sobre as medidas tomadas pela gestão para o enfrentamento da crise. 

No próximo dia 23 de agosto está agendada uma reunião, em Brasília, para tratar da situação financeira da Unifesspa. A expectativa é que haja uma sinalização positiva do MEC, evitando, assim, medidas mais duras da gestão, a partir de setembro. A Reitoria também convocou uma reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consun) para o próximo dia 28 de agosto, quando serão tomadas as próximas decisões sobre o futuro da Unifesspa.Destaque DebateOrçamentook

Desde os primeiros contingenciamentos, a Unifesspa precisou suspender a aquisição de livros para o acervo bibliográfico; cancelou ações de apoio aos Programas de Pós-Graduação; compra de material de consumo para laboratório (reagentes, equipamentos de proteção, etc.), entre outras ações voltadas ao ensino, pesquisa e extensão. 

Apesar das dificuldades, o reitor afirmou que a universidade segue resistindo e que já se prepara para liberar os primeiros espaços do Bloco Central, um prédio de cinco pavimentos que está em fase de conclusão.  Com os novos cortes em recursos de investimento, a obra teve o calendário de inauguração atrasado e outros projetos de construção civil importantes foram impactados, como o Restaurante Universitário, em Marabá, e o Hospital Veterinário, em Xinguara.

“Somos uma universidade que já disse a que veio. Não somos uma aventura, fazemos parte de uma agenda de redução de desigualdades sociais, projeto que ainda não foi concluído. Precisamos continuar avançando, porque a Nação assim decidiu”, ressaltou o reitor ao apontar que ainda falta a implantação de pelo menos 12 novos cursos, a contratação de 177 docentes e 309 técnicos administrativos, além da consolidação da infraestrutura urbanística, predial e laboratorial das unidades e campi da Unifesspa. 

O acadêmico do curso de pedagogia, Kaio Coelho, definiu como angustiante a situação da universidade e externou preocupação com a continuidade do projeto que desenvolve. “O projeto que realizo na universidade já não funciona com muito investimento e entristece saber que ele corre o risco de não continuar. É uma parceria da Unifesspa com a comunidade que pode ser interrompida”, lamentou.

Para o professor Sérgio Moreno, o debate expôs um quadro grave de ameaça à educação pública, mas ao mesmo tempo promoveu engajamento na luta para a manutenção de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento nacional. “O que vai ser prejudicado não é só a universidade pública, é o futuro do país”.

Com uma estrutura multicampi, a Unifesspa oferece gratuitamente à população 42 cursos de graduação e 18 de pós-graduação. Em seis anos, a Instituição já formou mais de dois mil profissionais: educadores, gestores, cientistas, engenheiros, geólogos, profissionais liberais e artistas.

Mais de 70% dos estudantes matriculados na Unifesspa vieram de escolas públicas; 90% vivem em famílias com renda mensal per capta de até 1 e ½  salário mínimo e 30% dos pais concluíram apenas o Ensino Médio; 11% deles são analfabetos ou sabem apenas ler e escrever. Para o reitor, dados como esses reforçam o importante papel da universidade pública na região sul e sudeste paraense.

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