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IV Seminário de Formação Docente da Unifesspa chama professores à reflexão sobre a avaliação da aprendizagem

  • Publicado: Segunda, 24 de Junho de 2019, 16h28
  • Última atualização em Quinta, 27 de Junho de 2019, 09h29
  • Acessos: 2818

Destaque Palestra Luckesi 2019Professores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, da rede básica de ensino de Marabá e região, além de profissionais de outras instituições de ensino públicas e privadas participaram, no último dia 19, do IV Seminário Institucional de Formação Docente, promovido pela Unifesspa no Carajás Centro de Convenções , em Marabá.

Foi um dia intenso de programação em que mais de 500 participantes dialogaram sobre o tema "Avaliação do ensino-aprendizagem na educação superior". A Unifesspa trouxe para o debate o conferencista renomado professor doutor Cipriano Carlos Luckesi,  que abordou tema na perspectiva inclusiva.

Segundo o educador, provas, exames e testes são apenas instrumentos de classificação e seleção, e não constituem a avaliação em si. 

Palestra Luckesi Idelma 2831“O ato de examinar é classificatório e seletivo. A avaliação, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. Hoje aplicamos instrumentos de qualidade duvidosa: corrigimos provas e contamos os pontos para concluir se o aluno será aprovado ou reprovado. O processo foi concebido para que alguns estudantes sejam incluídos e outros, excluídos. Do ponto de vista político-pedagógico, é uma tradição antidemocrática e autoritária, porque está centrada na pessoa do professor e no sistema de ensino, não em quem aprende”, disse Luckesi.

Segundo o conferencista, o aluno, para aprender, precisa conhecer o conteúdo, compreendê-lo e exercitá-lo para só depois passar por uma avaliação. "Qualquer atividade humana vai produzir um efeito positivo se levar em consideração o investimento e reivestimento. Na sala de aula, muitas vezes, isso é esquecido. Infelizmente, a educação é o único lugar onde se acha que fez e já está bem feito. É preciso investir e reinvestir sempre que necessário até que se obtenha o resultado positivo e planejado", explicou.  

"Temos certeza de que com a realização desse evento, pudemos extrair ações muito concretas e positivas para avançarmos em nossos processos avaliativos e de ensino-aprendizagem", disse o reitor da Unifesspa Prof. Dr. Maurílio Monteiro.

Reprovação

Para este assunto, Luckesi ressaltou que do ponto de vista pedagógico, de fato, não existe nenhuma razão cabível. Ele disse que a reprovação é um fenômeno que, historicamente, tem a ver com a ideologia de que, se o estudante não aprende, isso se dá exclusivamente por responsabilidade dele. “As frases reveladoras são aquelas do gênero "eles não querem mais nada", "não estudam", "não têm interesse" e etc", disse. Segundo ele, muitas outras razões, além do próprio aluno, podem conduzir ao fracasso escolar, como as políticas públicas que investem pouco no professor e no ensino, com baixos salários e problemas de infraestrutura. “O recurso da reprovação não existe em sistemas escolares de países que efetivamente investem na qualidade da aprendizagem”, pontuou.

Estatísticas

Palestra Luckesi 2807Segundo Luckesi, as estatísticas da educação brasileira são assustadoras. De cada mil crianças que ingressam na 1ª série do ensino fundamental, apenas 120/130 conseguem concluir seus estudos - 16/17 anos depois; representando uma perda de 75% a 78% dos estudantes.

Ainda segundo ele, a avaliação do sistema de ensino no Brasil foi criada em 1980 pelo então ministro da Educação Paulo Renato, mas o Brasil não tomou a decisão de melhorar o ensino no país.

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) é uma avaliação internacional realizada a cada dois anos que mede o nível educacional de jovens de 15 anos por meio de provas de Leitura, Matemática e Ciências. A queda de pontuação também refletiu uma queda do Brasil no ranking mundial: o país ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.

Treinamento e investimento no aluno

Para Luckesi, é muito comum a adoção de testes que não medem o aprendizado, mas treinam para responder perguntas capciosas. “Eu proponho que as escolas invistam em uma prática pedagógica construtiva e paralelamente treinem para o vestibular ou Enem, com simulados como os feitos pelos cursinhos. Já existem escolas no Brasil que investem na qualidade de ensino e ao mesmo tempo conseguem colocar mais de 90% dos seus estudantes na faculdade, sem necessidade de cursinho. A minha proposta é que o professor reinvista no aluno e não desista dele, nunca”, concluiu.

Mesa de Abertura

Palestra Luckesi Maurilio 2727

A Mesa de Abertura do evento foi composta pela chefe da Divisão de Formação Docente e Apoio ao Discente da Proeg – Profa. Ma. Elizabeth Rego Sabino, pelo pró-reitor de Ensino de Graduação - Prof. Dr. Elias Fagury Neto e pelo reitor da Unifesspa - Prof. Dr. Maurílio de Abreu Monteiro.

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